
Áurea de Almeida Pacheco é graduada em História pela Universidade do Estado da Bahia e mestranda em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Desde a graduação tem desenvolvido pesquisas que atravessam a segunda metade do século XX, suas contradições políticas, sociais e culturais, com ênfase para a radicalidade estética promovida pelos artistas: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Tom Zé e tantos outros que deram vida ao tropicalismo, bem como, a estética da fome pensada e encenada nos filmes de Glauber Rocha. Enquanto pesquisadora na área dispõe de uma aproximação com cartas, jornais, discos e filmes, produzidos por esses agentes que marcaram significativamente esse período, utilizados como fontes em sua trajetória. A experiência e a paixão pela temática permitiram ampliar o horizonte na direção de um projeto que procura pensar como um sujeito exilado, em crise, fragmentado diante de um regime autoritário, tal qual se instaurou no Brasil a partir de 64, consegue se constituir através de uma relação estreita com a escrita, estetizando sua existência e resistindo aos tormentos agenciados pelas circunstâncias. Atualmente concentra-se em empreender uma análise das narrativas escritas, produzidas por Caetano Veloso, exilado político em Londres durante a Ditadura Civil-Militar no Brasil, enviadas ao Jornal O Pasquim no período entre 1969 e 1970 e republicadas no livro Alegria, Alegria organizado por Waly Salomão, lendo-as a partir do conceito de escrita de si, elaborando uma interpretação que relaciona a prática da escrita e a reinvenção do sujeito.